domingo, 17 de abril de 2011


IREMOS CURAR-TE PELO EXCESSO

Porto

De 22 de Abril a 1 de Maio no Estúdio Zero

Terça a Sábado às 21h30

Domingo às 16h00

M/16



Texto | Mickaël de Oliveira

Encenação | Luís Mestre
Interpretação | Gilberto Oliveira, Tânia Dinis e Sílvia Santos
Desenho de Luz | Joana Oliveira
Figurinos | Cenografia | Ana Gormicho
Sonoplastia | Luís Aly
Design | Fotografia | Janina Brandão
Assistente| Rita Xavier
Montagem de Luz | Eduardo Abdala e Vasco Mosa
Operação de Som | Vasco Mosa
Produção Executiva | Cândida Silva
Produção | Teatro Nova Europa
Co-Produção | Casa Das Artes de Famalicão
Colaboração | Estúdio Zero
Apoio | Visões Úteis

Estrutura Financiada pelo MC/DGArtes


sobre Iremos Curar-te Pelo Excesso

Iremos curar-te pelo excesso trata de uma viagem pelo mundo contemporâneo dos complexos, da relação que as pessoas têm com o seu próprio corpo e de como essa relação consigo próprio afecta o equilíbrio de uma sociedade ou de um simples casal que procura o mítico “bem-estar” nas terapias mais exóticas, seguindo o mito da “emancipação pessoal”. Iremos curar-te pelo excesso penetra na intrusão do desconforto de um homem que está encarcerado num espaço dedicado à festa, seja ela qual for, com a sua mulher e uma desconhecida que não os deixa sair enquanto todos não tiverem encontrado a “solução” ao seu problema. Ele terá de passar por níveis sucessivos, através de jogos perversos e de resoluções de enigmas, de espera, de tortura psicológica, para poder, finalmente, alcançar a prometida cura para além dos desejos egoístas. Iremos curar-te pelo excesso também poderia ter-se chamado fuck yourself.


Excerto

C

Toda a gente tem uma coisa qualquer a dizer frente a uma câmara

As pessoas são cada vez mais importantes

são cada vez mais bonitas

põem fotografias na internet, nos chats, no facebook a vender o corpo

muito pouco subtil

Está tudo no olhar abandonado, na cabeça que vai para a esquerda

no ângulo da câmara que vai para a direita

no ombro desnudado

Porque é que não mostram logo a cona?

Conheço muitos homens que mostram logo a pila

As mulheres ainda acreditam na sedução e isso não é nada feminista

Elas ainda não perceberam que a carne está em crise

e que o seu preço está cada vez mais baixo

e que a sedução já não é uma mais valia comercial

Já não há tempo para mais nada senão para o encaixe puro e simples


Há cada vez mais expositores e a concorrência torna-se atroz


Sabem o que tem dado algum contentamento?

As pessoas cansaram-se de vez com as coisas virtuais

voltaram a querer as coisas concretas

voltaram a querer penetrar na tirania do real


A virtualidade leva-nos ao fracasso


sobre o Teatro Nova Europa

Apesar de ter sido constituída em 2004, a actividade do TEATRO NOVA EUROPA (TNE) só teve início público em Setembro de 2005 com a edição e produção, em DVD, do documentário intitulado O ESTRANGEIRO, filmado por Luís Araújo. Este filme baseia-se no processo de trabalho para a montagem do espectáculo OS HOMENS DAS LATAS de Edward Bond, que contou com a encenação do nosso Director Artístico Luís Mestre. Em 2006, e sem qualquer apoio financeiro governamental ou municipal, produziu WAKE UP AND SMELL THE COFFEE de Eric Bogosian. Este espectáculo contou com a tradução e encenação de Luís Mestre e interpretação de Tiago Rodrigues. WAKE UP estreou no Pequeno Auditório do Rivoli Teatro Municipal a 4 de Maio de 2006 e iniciou a sua digressão pelo país no Teatro Maria Matos (tornando-se assim co-produtor deste espectáculo) em Lisboa, onde realizou 12 apresentações, com início em 23 de Novembro de 2006. A digressão terminou na Casa das Artes de Vila Nova Famalicão a 19 de Abril de 2007 onde foram realizadas duas apresentações. Em 2008, definindo como prioridade a aposta na formação, organizou vários workshops de interpretação para jovens profissionais e alunos finalistas das escolas de teatro tendo como ponto de partida peças contemporâneas e clássicas. Durante estes workshops criou-se uma rede de potenciais colaborações com jovens profissionais. Estes workshops contaram com a direcção de Luís Mestre. Já em 2009, em co-produção com o Balleteatro e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, o TNE tomou a iniciativa de desenvolver um programa de formação inicial em escrita teatral, genericamente designado Novo Drama (ND), a repetir-se bienalmente. Este programa que conta com os formadores Jorge Louraço Figueira e Luís Mestre e que tem a duração de 23 semanas, propõe criar uma série de acções de formação básica e, posteriormente, uma agenda de eventos relacionados com a criação dramatúrgica original, que permitam facilitar um maior entrosamento com a comunidade teatral, propiciando o aparecimento de novas obras e novos autores. Em 2010, com o financiamento do Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes (Apoio Anual 2010), produziu: Ciber Magazine 5 Minutos Com… (magazine de divulgação cultural via net), Leitura Encenada Novo Drama 2009 com textos de Ana Luísa Azevedo, Marco Ferraz, Eva Paula Fernandes, Ricardo Ciríaco, Renata Portas e Tiago Correia e direcção de Luís Mestre (co-produção Balleteatro e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian), Condomínio de Ana Mendes com encenação de Luís Mestre (co-produção Balleteatro e Casa das Artes de Famalicão), Tu És O Deus Que Me Vê de Jacinto Lucas Pires, encenação de Luís Mestre (co-produção Balleteatro e Casa das Artes de Famalicão) e TeleGanza de Jorge Louraço Figueira com encenação de António Durães (co-produção Casa das Artes de Famalicão e colaboração do Teatro do Bolhão e As Boas Raparigas…).

sobre o autor Mickaël de Oliveira

Nasceu em 1984 na cidade de Paris e vive em Portugal desde 1999, residindo actualmente em Lisboa. É licenciado e mestre em Estudos Artísticos – Variante Teatro, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e está a finalizar o seu doutoramento na área da dramaturgia contemporânea portuguesa e europeia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Escreve para teatro desde 2004, desenvolvendo simultaneamente um trabalho de encenação em Coimbra, no TAGV, o qual deixou para se dedicar exclusivamente à escrita. Co-fundou o Colectivo 84 em 2008, para o qual escreve. Tem colaborado igualmente com outras companhias como a Cão Danado (Braga, Nuno M. Cardoso) e a Teatro Nova Europa (Porto, Luís Mestre). O seu percurso foi galardoado recebendo, em 2007, o Prémio Nova Dramaturgia Maria Matos (Teatro Municipal Maria Matos, Lisboa) com Entregou o que é teu aos mortais e, em 2009, a Menção Honrosa do Prémio Luso-Brasileiro António José da Silva (Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa / FUNARTE, Brasil) com o texto Clitemnestra. É autor de uma dezena de textos, entre os quais, os mais recentes: Hipólito – monólogo masculino sobre a perplexidade (2009, co-prod ZDB, Lisboa, enc. John Romão), 70KG (2009, enc. John Romão) Monólogos e Materiais para o espectáculo Velocidade Máxima (2009, Festival Citemor/Teatro La Laboral, Gijón, Espanha, enc. John Romão), Só os idiotas querem ser radicais (2009, enc. John Romão), Textos para apocalipses para o espectáculo Morro como país, baseado no texto de Dimítris Dimitriádis (2010, co-prod. Festival Citemor, enc. John Romão), A hora é nocturna e o tempo é agora (2010, co-prod. Colectivo 84, São Luiz Teatro Municipal, enc. Nuno M. Cardoso).

Vários dos seus textos estão traduzidos para francês, inglês, castelhano, eslovaco, tendo sido montadas várias leituras em França (Rouen, Théâtre des 2Rives, 2007), Bélgica (Liège, Théâtre de la Place, 2008 e 2011) e em Genebra (Comédie de Genève, 2011).

É director artístico do festival de dramaturgia contemporânea em Portugal - Encontros de Novas Dramaturgias Contemporâneas, que teve lugar no São Luiz Teatro Municipal (Lisboa) em Novembro de 2010, projecto que explora e promove a dramaturgia contemporânea portuguesa e internacional. É igualmente o coordenador português do projecto europeu Corps de Textes Europe, que visa promover a circulação dos textos de jovens autores através dos países da União Europeia.

É professor assistente de Gestão Cultural e de Estudos Artísticos na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria.

sobre o encenador Luís Mestre

Tem 36 anos e vive no Porto. Estudou Teatro na A.C.E. - Academia Contemporânea do Espectáculo e Engenharia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Instituto Superior de Engenharia do Porto. É Encenador, Actor, Tradutor e Dramaturgo. Das cerca de vinte encenações, destacam-se: Tu És o Deus Que Me Vê de Jacinto Lucas Pires (Teatro Nova Europa / As Boas Raparigas / Casa das Artes de Famalicão), Condomínio de Ana Mendes (Teatro Nova Europa / Balleteatro / Casa das Artes de Famalicão), Medeia a partir de Eurípides (As Boas Raparigas), 4.48 Psicose de Sarah Kane (As Boas Raparigas), Wake Up And Smell The Coffee de Eric Bogosian (Teatro Nova Europa / Teatro Maria Matos), Desejo de Sucesso de David Mamet (Seiva Trupe) e American Buffalo de David Mamet (Teatro Art’Imagem). Traduziu “Coros de Depois dos Assassinatos” de Edward Bond (Sessão de Leitura no DRAMAT / TNSJ - Teatro Nacional S. João - Quasi Edições), “American Buffalo”, “O Bosque” e “Desejo de Sucesso” de David Mamet, “Vozes” e “Laranja/Azul” de Joe Penhall, “Sickness” de Raimondo Cortese, “Wake Up and Smell the Coffee” de Eric Bogosian, entre outros. Como dramaturgo escreveu Fúria (2006), Numa Certa Noite (2008) peça vencedora do concurso Isto Não É Um Concurso, produzida por Artistas Unidos / Festival de Almada e publicada na Revista Artistas Unidos nº 23, Os Que Sucedem (2009) produzida pela Companhia A Turma em co-produção com As Boas Raparigas e Teatro Helena Sá e Costa, Num Dia Qualquer (2009) produzida por Renata Portas, Agora Sou Medeia (2010), A Manhã, A Tarde e A Noite (2010) peça vencedora do Concurso INATEL / Teatro Novos Textos 2010 e Scherzo para o Sr. Ministro da Cultura ou Uma Conferência de Imprensa (2010) produzida pelo S. Luiz Teatro Municipal / Colectivo 84.

É colaborador regular da Revista Artistas Unidos, destacando a participação como representante desta publicação no EUROZINE - The 22nd European Meeting of Cultural Journals – European histories, Vilnius – Lituânia – Capital Europeia da Cultura 2009, no EUROZINE - The 20th European Meeting of Cultural Journals – Changing places (What's normal anyway?), Sibiu – Roménia – Capital Europeia da Cultura 2007 e no NOVÁ DRÁMA/NEW DRAMA 2007 – The 3rd year of Contemporary Slovak and World´s Drama, Bratislava – Eslováquia.

Em 2007 foi candidato ao Royal Court International Residency com o apoio do Instituto das Artes, Fundação Calouste Gulbenkian e British Council. No cinema trabalhou com Inês Oliveira e Edgar Pêra. É Professor Residente de Interpretação do Curso de Teatro do Balleteatro Escola Profissional.

Formador do curso Escrita Para Teatro na Escrever Escrever em Lisboa. É Director Artístico do Teatro Nova Europa desde 2004.

Duração aproximada 90 min | M/16 | Preço 5 euros

Informações e Reservas | 916 031 479 (15h às 19h) / 225 373 265|prod.teatro.nova.europa@gmail.com | teatronovaeuropa.pt.vu

Estúdio Zero - Rua do Heroísmo, 86 (junto ao metro do Heroísmo) – Porto


segunda-feira, 11 de abril de 2011

ACOLHIMENTO ESTÚDIO ZERO


CORTA !

de Cecília Ferreira

15 e 16 de Abril, às 21h30

17 de Abril às 16h30 e às 21h30, no ESTÚDIO ZERO - Porto


SINOPSE

Inspirado na mundividência cinematográfica de Pedro Almodovar, eis um universo feminino reinventado, mas não menos excessivo e misterioso. Quatro mulheres à beira de um ataque de nervos, e de saltos altos, aderem à lei do desejo e deixam-se perder num labirinto de paixões, de má educação, de negros hábitos e de abraços desfeitos, matadores. Às vezes choramos abundantemente. Às vezes rimos a bandeiras despregadasI

A Teatro a Quatro constituiu-se em 2010 e nasceu da vontade de continuar a fazer teatro de quatro finalistas da ESMAE. Corta! foi o seu primeiro espectáculo, seguindo-se-lhe O Sítio do Não-se-sabe- onde, uma co-produção com o Teatro Bandido. Actualmente, a Teatro a Quatro faz parte da ACBETAQ - Associação Cultural Bandido e Teatro a Quatro, juntamente com o Teatro Bandido e é uma das companhias residentes na Fábrica da Rua da Alegria. O Corta! emanou do desejo de trabalhar sobre a comicidade do universo feminino. Almodovar foi a inspiração e o ponto de partida. A partir daí foi um torvelinho de ideias, reflexões e um mergulhar conjunto no universo do cineasta. De um work in progress disciplinado surgiu um texto original e uma criação colectiva.

FICHA TÉCNICA

Texto Cecília Ferreira Encenação e Interpretação Catarina Santos, Cecília Ferreira, Isabel Carvalho, Joana Magalhães Design de Luz Romeu Guimarães Design de som Rui Sampaio Montagem de vídeo Rui Sampaio Operador de luz Diana Correia Operador de som Pedro Vieira Design gráfico Ricardo Mendes Cabeleireiro Leonel Fernandes Produção Vanessa Freitas Voz-Off Ricardo Rocha


RESERVAS - 91 026 36 02, pelo Facebook (onde basta mandar o nome, dia e o número de reservas) ou pelo email teatroaquatro@gmail.com.

ESTÚDIO ZERO - Rua do Heroísmo nº 86 - junto à estação de metro do Heroísmo - Porto).