sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Menção da APCT

PRÉMIO DA CRÍTICA

Nota para a imprensa

A Associação Portuguesa de Críticos de Teatro atribuiu o Prémio da Crítica, relativo ao ano de 2010, ao FIMFA e a João Paulo Seara Cardoso.
O júri foi constituído por Alexandra Moreira da Silva, João Carneiro, Maria Helena Serôdio e Rui Pina Coelho.

O mesmo júri decidiu ainda atribuir três Menções Especiais, respectivamente, a Miguel Guilherme (O Senhor Puntila e o seu Criado Matti, Novo Grupo/Teatro Aberto), Luís Castro/Karnart (Húmus) e ao colectivo de Mulheres Profundas / Animais Superficiais, espectáculo d’ As Boas Raparigas: Carla Miranda, Maria do Céu Ribeiro e Miguel Eloy.

A cerimónia da entrega destes prémios realiza-se no próximo dia 12 de Março (sábado), no Jardim de Inverno do São Luiz Teatro Municipal (Lisboa), às 15h00, sendo livre a entrada.

Acrescentamos, a seguir, curtas justificações críticas destas distinções.

PRÉMIO DA CRÍTICA atribuído ao FIMFA e a João Paulo Seara Cardoso
Ao FIMFA – Festival Internacional de Marionetas de Lisboa – por dez anos de trabalho perseverante e continuado na apresentação, em Portugal, do que de mais interessante e importante existe no Teatro de Marionetas, Objectos e Formas Animadas. E a João Paulo Seara Cardoso, sem o qual o Teatro de Marionetas em Portugal não existiria na sua forma, dimensão e qualidade actuais.

MENÇÕES ESPECIAIS atribuídas a:

Miguel Guilherme (O Senhor Puntila e o seu criado Matti)
Pelo brilho e excelência singular na composição do Senhor Puntila, aliando um domínio exemplar do registo e do tempo cómicos a uma compreensão global da espessura do discurso do espectáculo. Uma interpretação superlativa, de argúcia felina, que articulava um contacto com o público de temperatura popular e sincrónica com um entendimento vasto do gesto e da necessidade do projecto.

Luís Castro / Karnart (Húmus)
Pela inspirada e brilhante teatralização do universo de Raúl Brandão, afeiçoando a estética da perfinst a uma evocação compadecida dos humildes que habitam a obra brandoniana. Usando de forma criativa os vários espaços da Galeria Monumental, Luís Castro concebeu – com a assistência plástica de Vel Z e banda sonora de Adriano Filipe – um percurso de acções que os actoresAndré Uerba, Bibi Perestrelo, Fernando Grilo, Mariana Lemos, Sara Carinhas e Vel Z iam executando de forma rigorosa, mas paredes meias com o onírico, esconjurando beleza e dor, desejo e medo, vida e morte.

Carla Miranda, Maria do Céu Ribeiro e Miguel Eloy (Mulheres Profundas / Animais Superficiais)
Há já vários anos que As Boas Raparigas... nos surpreendem com interpretações irrepreensíveis e perturbadoras de um vasto leque de personagens do não menos perturbador universo de Howard Barker. O elenco do espectáculo Mulheres Profundas / Animais Superficiais (encenação de Rogério de Carvalho, tradução de Paulo Eduardo Carvalho), constituído por Carla Miranda, Maria do Céu Ribeiro e Miguel Eloy, oferece-nos três interpretações justíssimas da partitura do autor britânico, que aliam rigor e instinto num trabalho de invulgar qualidade, quer na composição física (com destaque para Miguel Eloy na inquietante personagem do cão), quer no domínio da palavra ritmada e tensa (ao qual nos habituaram as muito barkerianas Carla Miranda e Maria do Céu Ribeiro) deixando em suspenso as mais variadas possibilidades.

Associação Portuguesa de Críticos de Teatro
Maria Helena Serôdio
Presidente do Júri