A PEDRA
de Marius von Mayenburg
“Enquanto a casa passa de dono para dono, e de geração para geração, os segredos enterrados no jardim e surgidos nas paredes, revelam-se”.
Porto
De 06 a 10 de Julho
De 09 a 25 de Setembro
no Estúdio Zero
Terça a Sábado às 21h45
Domingo às 16h00
Dia 24 de Setembro uma sessão extra às 16h00.
M/12
AUTOR│ Marius von Mayenburg
TRADUÇÃO│ Ricardo Braun
ENCENAÇÃO│ Cristina Carvalhal
INTERPRETAÇÃO│ Daniel Pinto, Joana Carvalho, Júlia Correia, Maria do Céu Ribeiro, Sandra Salomé, Sara Carinhas
DESENHO DE LUZ│ Nuno Meira
CENOGRAFIA│ Cláudia Armanda
FIGURINOS│ Catarina Barros
SONOPLASTIA│ Luís Aly
DESIGN GRÁFICO│ Sara Pazos
SINOPSE
Depois da queda do Muro de Berlim, três mulheres, a avó, a filha e a neta recuperam a casa de família, formalmente comprada a um casal de judeus. As leis da restituição deram-lhes esta propriedade que tinham abandonado para ir para o Ocidente. Tudo podia correr bem, mas a memória e o modo como elas tentam reconstruir o passado, assombram o local.
A PEDRA
Enquanto uma casa em Dresden passa de um dono para outro e de geração em geração, uma pedra enterrada no jardim revela os segredos escondidos de uma família alemã. A Pedra examina as reverberações e herança de sessenta anos de História alemã desde a Segunda Guerra Mundial até à Queda do Muro de Berlim. A história começa em 1935, quando Witha e o marido Wolfgang compram uma casa a um casal judeu que está a ser forçado a fugir da Alemanha. Depois de começarem a viver na casa, esta é atacada pela Juventude Hitleriana, que lhe atira pedras às janelas. A história salta para 1945, para o bombardeamento de Dresden. Witha sobrevive à destruição, escondendo-se na cave com a filha Heidrun, e Wolfgang morre.
A próxima parte da história da família ocorre em 1953, quando Witha decide mudar-se para a Alemanha Ocidental com Heidrun, à procura de uma vida melhor. Enquanto vasculham as coisas que vão levar consigo, Heidrun descobre uma das pedras que tinha sido usada no ataque à casa. Ela questiona a mãe sobre o papel do pai na guerra e sobre a sua morte. Witha diz-lhe que Wolfgang salvou uma família de judeus, ajudando-os na fuga, e que foi morto a tiro pelos russos. Antes de irem embora, Heidrun enterra a pedra no jardim.
A história continua em 1978. Heidrun está grávida e conseguiu ir visitar a sua casa de infância com Witha. Como a Alemanha de Leste é agora um estado comunista, a casa é propriedade comunal e está habitada por três famílias. Quando a visitam, só há uma família em casa e elas pedem para dar uma vista de olhos. O homem que ali vive não as deixa entrar, mas Heidrun suborna a neta com a promessa de lhe enviar uma tablete de chocolate do Ocidente todos os anos pelo aniversário da criança. Heidrun desenterra a pedra do jardim e leva-a consigo.
A última parte da história acontece em 1993, na sequência da queda do Muro de Berlim. Heidrun reclamou a casa e voltou a viver nela com Witha e a filha Hannah. Uma mulher aparece à porta, afirmando que veio incomodá-las. Descobrimos que ela é a neta que conheceram em 1978 e veio reclamar as tabletes de chocolate que Heidrun lhe prometeu mas nunca lhe enviou. Também as informa da perturbação e raiva que provocaram ao obrigar a família a sair da casa.
No decurso da conversa com a mulher, Witha revela a verdade do que aconteceu com a família judia em 1935. Heidrun e Hannah recusam-se a acreditar nela e contentam-se em pensar que a idade confundiu e turvou a memória de Witha.
É importante referir que, apesar de serem estes os acontecimentos cronológicos da história, o autor, Marius von Mayenburg, não apresenta a história de forma linear na peça. Pelo contrário, os períodos de tempo são entremeados e uma cena em 1935 pode aparecer imediatamente antes ou depois de uma cena em 1993 ou de outra em 1978.
Marius von Mayenburg
Marius von Mayenburg nasceu em Munique em 1972. Estudou Alemão Antigo na Universidade de Munique, antes de se mudar para Berlim em 1992, onde fez um curso de dramaturgo na escola Hochschule der Künste de 1994 a 1998. Em 1995 concluiu uma colocação no Münchner Kammerspiele. Em 1998 tornou-se membro da equipa de direcção artística no Baracke, o teatro-estúdio do Deutsches Theater em Berlim. Em 1999 foi com Thomas Ostermeier trabalhar como director artístico e damaturgo residente no Berliner Schaubühne am Lehniner Platz. A sua peça “Fireface” estreou no Royal Court Theatre em 2000 encenada por Dominic Cooke e “The Ugly One” foi produzida em 2007 pelo Royal Court e encenada por Ramin Gray. Ganhou dois prestigiosos prémios na Alemanha: o Kleist-Förderpreis für junge Dramatik 1997 com “Fireface”, e Preis der Autorenstiftung “Heiddelberger Stückemarkt” 1998.
Nova Arte Dramática Alemã, Instituto Goethe
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